24 outubro 2006

Barrosinho & Maracatamba - O Sopro do Espírito (2001)

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BarrosinhoO saxofonista dos saxofonistas John Coltrane, quando deu luz ao épico A Love Supreme, em 1964, iniciava no jazz um novo conceito, tanto nos improvisos que apresentavam uma liberdade única quanto nas composições, que para o idioma jazzístico tiveram a mesma importância dos experimentos progressistas de Stravinsky na música clássica.

No mesmo período, vários expoentes do mesmo instrumento e contemporâneos de Coltrane, como Clifford Jordan, Sam Rivers e Charlie House, não perseguiam a técnica enquanto foco central e sim como uma ferramenta para construir e desconstruir se necessário. Esse foi o ponto de partida musical e filosófico de uma veia importante do jazz pouco conhecida, o post-bop. Nela cabia o afro-jazz engajado do selo independente dos anos 70 nova-iorquino Strata-East - com Stanley Cowell, Charles Tolliver, Shamek Farrah, Bill Lee (o pai do cineasta Spike Lee, quer dizer... O Spike é que...). Na mesma corrente também atuavam o selo californiano Black Jazz - com Doug Carn, Henry Franklyn e Rudolph Johnson - e o Tribe, formado por músicos de Detroit - como Wendell Harrison e Phil Ranelin -, que participavam das gravações dos hits da Motown e se organizaram para um selo que não ''sugerisse'' a enésima rearmonização de Stella by starlight, mas um trabalho de assinatura, assim como vinha desenvolvendo o mentor espiritual dessa geração, Coltrane. Isso sem falar em John Handy, Randy Weston, Arthur Blythe, Anthony Braxton, Sonelius Smith e milhares de outros.

Leitura moderna - Na música brasileira, esse senso de improvisação e composição aparece, entre outros nomes, nos discos do nosso spiritual jazzy Victor Assis Brasil, passando por Nivaldo Ornellas, no final antológico de Beijo partido, do disco Minas, de Milton Nascimento - que tem uma das jóias do compositor, a instrumental-vocal Leila, com Edison Machado dando uma leitura moderna que Elvin Jones, baterista do quarteto de Coltrane, também daria -, até os paulistanos do Pé Ante Pé, em 1982, com um dos mais interessantes LPs de jazz lançados aqui, o não disponível em CD Imagens do inconsciente. A partir desse momento entramos na era ''Eletric Band'' ou ''Plastic Band' ou até ''Elastic Band'', onde o tecnicismo é a maior virtude e a influência asséptica da Berkley School of Music - que cada vez mais se mostrou indispensável - e os vários cursinhos que os americanos inventaram para transformar tudo e todos em jazzistas de canudinho na mão, prontos para integrar a última banda de Chick Corea, se tornaram fundamentais para a estética atual do jazz. É óbvio que o talento se beneficia da técnica, de Moacir Santos a Charles Mingus, só para citar dois gênios que podem realmente endossar esse famoso jargão universitário, mas o que se tem ouvido nos últimos anos é uma euforia olímpica onde o grande trunfo é uma ginástica musical de vencedores e perdedores. Fui ao cinema assistir a um documentário que me deu angústia imaginar que, para as ''cabeças incríveis'' (seriam os antigos formadores de opinião?), a única saída de inventividade na música eram dois toca-discos, um DJ arranhando os discos às vezes interessante, percussivo, original, mas...Calma, minha gente... A saída mesmo foi a livraria em frente, onde, completamente atordoado, tenho a felicidade de me deparar de cara com a cura: o CD O sopro do espírito, do trompetista Barrosinho.

BarrosinhoImprovisação - Disco do Barrosinho na mão é dever de casa, aula de comportamento, conceito e o verdadeiro lifestyle do jazz. José Carlos Barroso, a voz ''avant-garde'' da banda Black Rio traz de volta um espírito de improvisação e composição que pareciam ser no mundo de hoje raras peças de museu, mas ufa! Finalmente.

A mão do compositor aqui transborda coerência e sabedoria, da primeira à última faixa não tem assunto jogado fora. Unção, o tema abre-alas do CD, com a tinta polirrítmica com que Barrosinho criou o Maracatamba - simbiose de samba, soul-jazz, afro 6/8 - e uma clave latina sutil que o baterista Jacutinga e os percussionistas Darcy da Serrinha e Dom Gravata pincelam no disco inteiro, me deixou de coração na boca logo. E o improviso do trompete já vem rasgando a emoção e imprimindo a carteira do fã-clube do mestre sem esquecer do solo melódico a la Lennie Tristano do pianista Tomas Improta. A seguinte, Cidade de Palha, parece que foi moldada para o estilo funky-brasileiro do baixista Carlos Pontual, que também tem grande momento no tema 6/8 Rio de jauleira. Os dias de chuva de qualquer um que tenha um coração no peito nunca mais serão os mesmos depois da balada Espírito Santo, um tema com o ambiente das composições do pós-hard-bop que Wayne Shorter adoraria tocar junto, com certeza, e eu já devo ter ouvido essa jóia do CD tantas vezes que o tema toca na minha jukebox mental involuntariamente, senhoras e senhores.

Genial - A sétima faixa do disco é, por coincidência ou não, um compasso 7/8 e esse tipo de sincronismo ou detalhe moldam a música genial de Barrosinho. Rosemary, que, com clima Black Rio-Duke Ellington, pode tanto extasiar os nossos ouvidos contemplativos quanto freqüentar os pubs londrinos ávidos e atentos por novos ''Rare-Grooves''. A complexidade rítmica dos Maracatambas é motivo de estudo para se entender a evolução da música afro-brasileira. Com influência da música européia, a híbrida Amay, com o dueto violão e trompete de Gabriel Improta e Barrosinho, emociona pela versatilidade inteligente da harmonia e da melodia presentes nas composições do CD. Fazendo um paralelo da importância do maestro Moacir Santos na música brasileira, assim como Gil Evans e Charles Mingus tiveram nos EUA, Barrosinho anda por outros trilhos, mas é John Coltrane puro, o que infelizmente com menos oportunidades de realização de uma obra tão importante. Coisas das quais o país do futebol deveria se envergonhar....

BarrosinhoQuando se fala hoje em sentimento musical, o estereótipo de campanha publicitária com Joe Cocker cantando Unchain my heart num bar enfumaçado tem sido a adequação mais próxima de um evento em que a música não é a única expressão artística com dívidas com o sentimento. Barrosinho solando maravilhas no trompete conta, a cada inflexão, sua história e a falta que o sentimento vem fazendo nesses tempos em nossas vidas, e registra, sem sombra de dúvida, um dos melhores discos de jazz dos últimos tempos no mundo. Repito: mundo. O brasileiro tem sempre a mania de que beltrano é o melhor do Brasil porque parece que só podemos botar no altar, nas salas e cafés elegantes as fotos em preto e branco de mestres como Monk, Miles, Gillespie, Coltrane... Vamos fazer uma do Barrosinho porque ele pode e merece. O sopro do espírito é o sopro da esperança de que a música não morreu e tem um professor que pede passagem.

Ed Motta - 31/10/2001 - publicado no Jornal do Brasil (Caderno B)
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BarrosinhoExperienced trumpeter Barrosinho (or José Carlos Barroso) presents his maracatamba, fusion of maracatu and samba, which he has developed since the '80s. The band includes keyboards (Tomás Improta), bass (Carlos Pontual), drums (Jacutinga), percussion (Darcy da Serrinha and Dom Gravata) and acoustic guitar (Gabriel Improta). Key tracks:Rio de Jauleira, Amay, Something’s Gotta Give (Johnny Mercer), Feitio de Oração (Noel Rosa), Caravan (Duke Ellington). Lots of swing, for jazz fans who enjoy dancing.

Nana Vaz de Castro - extracted from All Brazilian Music
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16 outubro 2006

Travalíngua - Arapiraca (2005)

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TravalínguaUm conjunto expõe sua construção sonora. A gente ouve, sente e pensa: o que é isso? Sendo difícil de rotular, a música do Travalíngua não soa distante ou estranha; aqui há elementos de afoxé, frevo, samba, choro. Em certos pontos, parece evocar figuras conhecidas, compositores e intérpretes do cenário musical brasileiro – quase como fantasmas aparecendo brevemente no som. Por outro lado – como em outras produções da nossa "música instrumental" urbana e sempre híbrida –, há muito de invenção. E percebe-se a afirmação de alguns valores que vão configurando uma estética particular: no caso de Arapiraca, o ouvinte está, por exemplo, diante da delicadeza e de um cuidado com o detalhe, em todas as faixas.

Os temas são expostos sem arrogância, e às vezes como que se dissolvem, desaparecendo em meio às reentrâncias e variedade da textura. Na batucada, no solo improvisado, nos uníssonos, essa música não recorre à violência, não procura ditar moda ou reimprimir clichê. Aquilo que tem de experimentação e processamento de som também não a isola em terreno de fantasia; pelo contrário, no arranjo e composição dos "travas", essas formas de discurso se integram ao trabalho comum de tocar instrumentos, fluindo com ele.

Tudo isso surge de elaborações individuais e de ensaios em que os músicos opinam, sugerem mudanças, testam soluções. Parece, afinal e simplesmente, música destinada àquele tempo de quem pára pra escutar o que outros humanos fazem – como se expressam, que visão de música apresentam – e nessa experiência encontra algo de bom e valioso.

Zé Al - extraído do encarte do CD Arapiraca

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TravalínguaThe Travalíngua project has the purpose to promote awareness of the music through the Brazilian instrumental language.

By giving priority to the pieces previously unreleased or little publicised by the media the finished work resulted in a CD recorded and produced by the group itself and which includes only a part of the repertoire performed in concert, and it also features songs written by Edu Lobo, Hermeto Paschoal, Egberto Gismonti, Astor Piazzolla and Milton Nascimento. Whith a popular “avanguard” quality the arrangement were crafted under the influence of popular and cultural genres whith na intonation all its own due to the rare combination of the instruments used by the group.

Extracted from Funender.com

11 outubro 2006

Vários Artistas - Arranjadores (1992)

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Nelson AyresEste volume apresenta uma parte do projeto com o trabalho de 6 arranjadores com a Banda Savana e Orquestra Jazz Sinfônica.

Cipó [faixas 1 a 4] (Orlando Silva de Oliveira Costa): Instrumentista, arranjador e regente, nascido em Itapira-SP em 1922. Seu trabalho como arranjador tornou-se conhecido do grande público como regente da orquestra do programa Um Instante Maestro, de Flávio Cavalcanti, na TV Tupi, onde trabalhou 15 anos como diretor musical. Cipó foi depois para a TV Globo, como produtor musical.

Animou por diversos anos famosas gafieiras e estudantinas no Rio de Janeiro. Começou a estudar música aos 10 anos e logo foi tocando clarinete na banda de sua cidade.
Com 18 anos mudou-se para a capital e passou a tocar sax tenor na Orquestra Nicolino e Ferri. Tornou-se músico profissional complementando seus estudos com cursos de harmonia, regência e orquestração.

Gravou 4 LPs de Bossa Nova para o selo inglês London e um disco com o saxofonista Dizzy Gillespie, de quem sempre guardou a lembrança de rasgados elogios.

Cyro Pereira [faixa 9] (Círio Marín Pereira): Regente, compositor, arranjador e instrumentista, nascido em Rio Grande-RS em 1929. Tornou-se verbete obrigatório na MPB a partir de seus arranjos e direção musical de programas como o Fino da Bossa, Show do Dia 7 e de espetáculos de entrega do troféu Roquete Pinto.

Entre 66 e 78, Cyro recebeu diversos prêmios, principalmente no exterior. De 80 a 88, trabalhou como arranjador de peças publicitárias e a partir de 88 começa a lecionar na Unicamp. No ano seguinte é convidado para montar a Orquestra Jazz Sinfônica, da qual ainda é regente.

Cyro iniciou seus estudos aos 11 anos. Depois de trabalhar como pianista da Radio Record, em 52 fez seu primeiro arranjo para disco, o choro Pega Morena (Hervé Cordovil). O trabalho na Radio Record, onde ficou mais de 10 anos coroado com diversos prêmios como maestro, compositor e arranjador, foi consagrado com o convite para a direção musical dos principais programas da TV Record, emissora que se tornou campeã de audiência na década de 60.

Nelson Ayres [faixa 12] (Nelson Luiz Ayres de Almeida Freitas): Arranjador, instrumentista e regente, nascido em São Paulo em 1947. Ganhou um acordeon aos 7 anos. Estudou piano com o húngaro Paul Urbach. Nos anos 70 atuou na São Paulo Dixieland Band e formou-se em piano e orquestração na Berklee College of Music, em Boston-EUA, onde fundou o grupo Os Cinco, para acompanhar Astrud Gilberto.

Suas primeiras aparições como arranjador e orquestrador ocorreram em discos de Toquinho e Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Edu Lobo, Paulinho Nogueira, Simone e Roberto Carlos, entre outros.

Destaca-se também como compositor de temas instrumentais. Nelson já compôs obras para a Orquestra Sinfônica de Campinas e Orquestra Experimental de Repertório. Gravou seu primeiro disco em 79, mesmo ano em que participou como organizador, solista e músico acompanhante do I Festival de Jazz de São Paulo. É fundador do consagrado grupo Pau Brasil, grupo de excursões regulares pela Europa e Japão com o qual já gravou, 3 discos.

Em 85, co-realizou o projeto Prisma, disco e show com César Camargo Mariano, que fez turnê de 2 anos pelo país, um recorde entre espetáculos instrumentais. Nos últimos anos, além de concertos solos e em duos, Nelson é visto à frente da Orquestra Jazz Sinfônica e com seu trio e convidados.

Moacir Santos [faixas 5 a 8]: Arranjador, saxofonista, regente e professor, nascido em Bom Nome-PE, em 1926. "What is new? Moacir Santos is new". Essas frases corriqueiras na década de 70 na Califórnia traduziam o reconhecimento do talento de Moacir Santos no mercado americano, sem exageros. Tinha prestígio no meio musical por reunir técnica e inspiração. Ele aprendeu a tocar participando da banda de sua cidade natal.

Cyro Pereira - por Ricardo MiglioriniFoi para o Rio de Janeiro em 1948 e logo se empregou no Brasil Danças, um dancing. Três meses depois entrou para a orquestra da Radio Nacional, primeiro como saxofonista, depois como maestro. Permaneceu nestas funções por 18 anos. Nesse período estudou teoria musical com o maestro Guerra-Peixe e com o professor Hans Joachim Koellreutter, tornando-se seu assistente.

Foi professor de Paulo Moura, Baden Powell, Nara Leão, Carlos Lyra, Nelson Gonçalves, entre outros. Com a trilha do filme Amor no Pacífico, recebeu do Itamarati uma passagem para os EUA, onde fixou residência. Morou em Pasadena, onde deu aulas e tocou, até ser descoberto pelo pianista Horace Silver. Gravou então seu primeiro disco naquele país, o LP The Maestro, em 1972, pelo selo Blue Note, que foi indicado para o prêmio Grammy. Participaram Joe Pass, David Dulke e Frank Rosolino. Seguiram-se outros 3 discos.

Em 1985, quando tocou no Brasil pela última vez, foi homenageado junto a Radamés Gnatalli no Free Jazz Festival, quando foi escolhido, em razão de uma enquete realizada junto aos profissionais no Rio de Janeiro.

Duda do Recife [faixa 10] (José Ursicino da Silva): Regente, compositor, arranjador e instrumentista, nascido em Goiana-PE, em 1935. É o representante da linha mais festiva e incendiária de nossos arranjos. Duda, além de arranjador, compôs choros, sambas, uma série de frevos e várias outras obras de frequência regular no repertório de bandas de todo o país.

Ele começou a estudar música aos 8 anos. Logo integrou a banda de sua cidade natal, onde interpretou Furacão, um frevo, sua primeira composição. Aos 15 anos mudou-se para o Recife. Integrou a Jazz Band Acadêmica e a Orquestra Paraguari, da Radio Jornal do Comércio.

Em 1953, já como regente e arranjador da Paraguari, classificou seu frevo Homenagem à Princesa Izabel em segundo lugar, no Festival de Música Carnavalesca. Nesse ano assumiu a direção do departamento musical da TV Jornal do Comércio. Na década de 60 fez cursos de música sacra e regência, compôs para peças teatrais e integrou a Orquestra Sinfônica de Recife (tocando oboé e corne-inglês), até formar sua própria orquestra para incendiar salões, que foi eleita várias vezes como a melhor do ano.

José Roberto Branco [faixa 11]: Instrumentista, regente e compositor, nascido em Pederneiras-SP, em 1938. O Maestro Branco estava fazendo o curso de prática e teoria musical quando foi contratado, em 1968, como arranjador, pela casa O Beco, em São Paulo. O lugar foi ponto de encontro dos mais criativos compositores da MPB.

Duda do RecifeParalelamente, desenvolveu um trabalho de pesquisa sobre a música folclórica dos indígenas, dos jesuítas e das raízes afro, que se estendeu até 1984. De 1975 a 1978, atuou como maestro, coordenador e arranjador em diversos programas da TV Tupi. Também teve participação instrumental e na elaboração dos arranjos em vários discos, trilhas sonoras e jingles. Em 1985 assumiu a direção da orquestra do Festival dos Festivais, na TV Globo.

Esteve no início de 1992 nos EUA onde, a convite de bandas locais, realizou diversos arranjos. Gravou 2 discos com a Banda Savana, da qual foi o criador.

O projeto Memória Brasileira apresenta os arranjadores como principais figuras do espetáculo. Obras inéditas ou de rara execução finalmente são mostradas em público, com o merecido destaque, a maioria delas regida e executada pelos próprios criadores. Nossa tradição orquestral é reapreciada, estimulando o início de um processo de reaproveitamento real de nossos músicos. Mais de 200 instrumentistas executam cerca de 50 peças de 18 arranjadores em seis etapas. Compõe-se um painel de quase sete décadas de nossa produção musical, das orquestras de cinema mudo às novas formações que incluem até sintetizadores. Entre essas e tantas outras considerações, a série Arranjadores foi criada para oferecer ao público a verdadeira música brasileira.

Arranjadores foi pensada também como mostra de pesquisa de obras do passado e do presente. Como não poderia deixar de ser, a idéia cresceu e passou a refletir nossa riqueza musical. Arranjadores dá ao público a oportunidade de conferir o papel desse profissional. Um papel tão importante que sua tarefa pode ser confundida com a do compositor. Não surpreende que os grandes arranjadores sejam também grandes compositores, como foi o próprio Radamés Gnatalli, Pixinguinha, Moacir Santos, Maestro Branco e tantos outros. Esta série torna possível a observação de sua criatividade como ítem decisivo na evolução da MPB. Mostrar os mais variados estilos foi o que norteou a seleção.

Extraído do site Café Music
Para mais informação, visite o site do Projeto Memória Brasileira

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Moacir Santos - by Agliberto LimaThe Projeto Memória Brasileira (Brazilian Memory Project) was founded in 1987 by the researcher and producer Myriam Taubkin together with the pianist Benjamim Taubkin and also Morris Picciotto. The project's intention consists on the documentation and registration of the history of Brazilian instrumental music.

The first project of the series was put on in the same year the BMP was founded. It was dedicated to the pianists and entitled "Memories of the Brazilian Piano". So far, they have put out the following projects, each one consisting of a CD, a book, and, the newest ones, a DVD: "Guitars of Brazil" (1989), "Arrangers" (1992), "Brazilian Violeiros" (1997), "Brazilian Percussionists" (1999), "Brasil of the Accordion" (2002), and "A Brazilian Wind" (2004).

For more info, visit Projeto Memória Brasileira

10 outubro 2006

Olmir "Alemão" Stocker - Só Sabor (1995)

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Para baixar o disco "Longe dos Olhos Perto do Coração" (1981), visite o blog Abracadabra-LPs do Brasil / To download the album "Longe dos Olhos Perto do Coração" (1981), visit Abracadabra-LPs do Brasil
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Olmir 'Alemão' Stocker e grupoIniciou sua carreira artística em Curitiba, integrando a banda de Breno Sauer, com a qual seguiu para São Paulo, onde gravou quatro discos e trabalhou como músico autônomo.

Atuou com a turma da Jovem Guarda, tocando com Roberto Carlos e Wanderléa.

Fez parte do conjunto Brazilian Octopus, ao lado de Casé (saxofone) e Hermeto Pascoal. Em 1969, lançou com o grupo o LP "Brazilian Octopus", cujo repertório incluiu, de sua autoria, "Canção Latina" (c/ Vitor Martins), além de "Rhodosando" e "Chayê", ambas de Hermeto Pascoal, "Pavane" (B. Octopus e Gabriel Fauré), "Momento B/8" (B. Octopus e Rogério Duprat), "As Borboletas" (A. Popp e P. Cour), "Summerhill" (João C. Pegoraro), "Gosto de Ser como Sou" (Ciro Pereira e Mário Albanese), "Canção de Fim de Tarde" (Thereza Souza e Walter Santos), "O Pássaro" (Alexander Gordin) e "Casa Forte" (Edu Lobo). Participou de várias turnês e festivais internacionais, em países como Canadá, Estados Unidos, Espanha, França, Itália e Suíça.

Em 1995, lançou o CD autoral "Só Sabor", atuando na guitarra e no violão de 12 cordas, ao lado dos músicos Zezo (violão e percussão), Paulo Oliveira (sax, flauta, percussão e wind sinthesizer) e Zinho (bateria e percussões). Registrou no disco suas composições "Forró na Barranca", "Severino Gutierrez", "Quase Não Sai", "Me Faz Cafuné", "Só Xotinho", "Bambu", "Lua Virou Mar", "Perna pra Pirapora”, "Galeria", "A Água Chegou do Norte", "Princesa do Guarujá", "Superposto" e "Dunas", além da faixa-título.

Integra, ao lado de Jonas Santana o duo de violões Cordas Claras.

É professor de guitarra do Centro de Estudos Musicais Tom Jobim (antiga Universidade Livre de Música).


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Olmir 'Alemão' StockerBorn in Rio Grande do Sul, a state in the south border of Brazil, Olmir "Alemão" Stocker, at the age of seven, started playing guitar and cavaquinho. When he joined the army, he began to play electric guitar, instrument with which he started to be known. Touring Brazil with a circus, he crossed the whole country and discovered its rich and exuberant sounds.

Olmir joined Breno Sauer's musical group in Curitiba (a state in the south of Brazil). With the group he went to São Paulo where he recorded four discs, besides working as an independent musician.

During the Jovem Guarda movement, he played with Roberto Carlos and Wanderléa, and later, formed the legendary group Brazilian Octopus, together with Casé and Hermeto Pascoal. It was a jazz group and they've recorded only one disc, with a special participation of the Japanese sax player Sadao Watanabe.

Since then, he recorded with many Brazilian artists and groups, including the legendary Grupo Medusa, and has already released six albums.

06 outubro 2006

Cama de Gato - Água de Chuva (2003)

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Cama de GatoO CD "Água de Chuva" chega contrariando a teoria equivocada de que música instrumental não faz carreira no Brasil. Com esse álbum, o grupo Cama de Gato chega ao seu sexto disco e 21º ano de existência.

Formado em 1982, a banda alcançou reconhecimento e sucesso logo no LP homônimo de estréia, lançado pelos músicos Arthur Maia (baixo), Mauro Senise (saxofone), Pascoal Meirelles (bateria) e Jota Moraes (teclados) em 1986. Foram vendidos 75 mil cópias desse trabalho (uma marca respeitável para um disco instrumental) e abriu as portas do exterior para um turnê internacional que se confirmou já no disco seguinte, "Guerra Fria".

Da formação inicial, mantiveram-se Mauro, Pascoal e Jota, que contam agora com o talento do baixista André Neiva e do percussionista Mingo Araújo ­ vale lembrar que também já passaram pelo "Cama de Gato" o guitarrista Romero Lubambo, o baixista Nilson Matta e o tecladista Rique Pantoja.

Como uma grande festa instrumental, "Água de Chuva" abre suas portas para outros grandes representantes desse estilo. Os antigos colegas Arthur Maia e Rique Pantoja se unem a Alberto Continentino (integrante do ContinenTrio) e fazem as participações especiais do CD. O baixista da banda de Gilberto Gil ainda recebe uma canção em homenagem ao seu pai, "Seu Arthur".

Com esse time reunido e a experiência do grupo, seria preciso um esforço imenso para dar errado. As nove canções do álbum refletem a identidade brasileira do "Cama de Gato", que pega latinidades aqui, influências do jazz ali, arranjos de cordas acolá, e deixa tudo com espírito "verde-e-amarelo".

extraído do site Expresso 2222

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Cama de GatoCama de Gato (Cat's Cradle), Brazil's best-known instrumental group, has been around for more than twenty years and included among its members pianist Rique Pantoja, guitarist Romero Lubambo, and bassists Nilson Matta and Arthur Maia. Its current lineup consists of Jota Moraes (piano, keyboards, marimba, vibraphone), Mauro Senise (saxophones & flute), André Neiva (electric bass), Pascoal Meirelles (drums), and Mingo Araújo (percussion). Água de Chuva is the group's sixth album.

Jota Moraes is the key figure in the group's present incarnation. It is his Brazilian sound that sets the band's tone. In Água de Chuva, Moraes contributed more than half the tunes and wrote string arrangements for three of the tracks — a first for Cama de Gato.

Although Rique Pantoja is no longer a member, Cama de Gato includes at least one of his compositions in each of the group's discs. Here we get "Bimini," the least Brazilian and jazziest of the tunes, with the melody carried on the saxophone, accompanied by piano, strings, and dramatic percussion. "Prateado," a samba dedicated to the bassist of the same name, is a rich arrangement of virtuoso sax, piano, vibraphone, bass, and drums. "Homem," an evocative tribute to harmonica player Toots Thielemans, is a soulful ballad in which strings augment the sax solos. "Seu Arthur" is a danceable tune written in honor of Arthur Maia's father. The rapid-fire "Porque Também Não Fui" is followed by the subdued "Água de Chuva," which mimics the sound of raindrops in various instruments. "Pontanegra," an experiment in accelerating and slowing rhythms, gives way to the spirited frevo "Pau de Sebo," whose name alludes to the greased pole contests seen in the Festas Juninas.

Playfulness is a Brazilian forte, and Água de Chuva delivers a full measure of it.

Daniella Thompson - extracted from Musica Brasiliensis
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