30 dezembro 2006

Jacob e seus Chorões - Na Roda do Chôro (1960)

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+ 8 faixas bônus (todos os compactos da Continental) / + 8 bonus tracks (all the seven-inches for Continental)

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Jacob do BandolimMaior referência brasileira no instrumento que virou parte de seu nome, Jacob alçou o bandolim a um lugar de honra na música brasileira. Esse trabalho vinha sendo desenvolvido antes por outros instrumentistas, como Luperce Miranda, mas foi Jacob quem colocou definitivamente o bandolim como instrumento solista por excelência.

Nascido no Rio de Janeiro, ganhou o primeiro bandolim, de modelo napolitano (ou "de cuia") na adolescência. Apesar de se apresentar tocando em conjuntos instrumentais desde cedo, nunca se profissionalizou totalmente, tendo sempre outros empregos não relacionados à música. Foi vendedor, prático de farmácia, corretor de seguros, comerciante e escrivão de polícia, cargo que ocupou até morrer. Por não depender financeiramente da música, Jacob pôde tocar e compor com mais liberdade, sem sofrer pressões de gravadoras ou editoras. Figura rígida e disciplinada, tanto na personalidade quanto na música, pesquisou e resgatou parte do repertório tradicional do choro, repertório este que passou a incluir várias de suas composições, como "Noites Cariocas", "Receita de Samba", "A Ginga do Mané", "Doce de Coco", "Assanhado", "Treme-treme", "Vibrações" e "O Vôo da Mosca".

Depois de montar o grupo Jacob e Sua Gente, integrar o Conjunto da Rádio Ipanema e o regional de César Faria e participar de gravações históricas como a de Ataulfo Alves para "Ai, que Saudade da Amélia" (Ataulfo/Mário Lago) e a de Nelson Gonçalves para "Marina" (Dorival Caymmi), gravou em 1947 o primeiro disco solo, seguido por outros dois nos anos seguintes, pela Continental.

Na década de 50 transferiu-se para a Victor, onde gravou seus LPs. Montou o conjunto Época de Ouro em 1966, com grandes nomes do choro, como Dino 7 Cordas, César Faria, Jonas, Carlinhos, Gilberto e Jorginho. Alcançando expressiva popularidade, Jacob e o Época de Ouro ajudaram a divulgar o choro tradicional, por meio de shows e LPs, como o consagrado "Vibrações" (1967).

O conjunto permanece em atividade até hoje. Uma das últimas apresentações de Jacob, um show com Elizeth Cardoso e o Zimbo Trio em 1968, foi gravado e lançado em LP duplo, mas não foi relançado em CD no Brasil. Outras antologias foram produzidas, da mesma forma, exclusivamente para o mercado externo, onde a arte de Jacob é muito apreciada. Seu filho, o compositor Sérgio Bittencourt, homenageou-o no samba "Naquela Mesa" ("tá faltando ele/ e a saudade dele/ tá doendo em mim"), sucesso de Elizeth Cardoso, cantora que ele descobriu. Em 1997 a professora Ermelinda Paz lançou o livro "Jacob do Bandolim", pela editora Funarte.

Extraído do site CliqueMusic
Para mais informação, visite o site do Instituto Jacob do Bandolim

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Em pé: Luiz Bittencourt, Paulo Tapajós e Meira. Sentados: Dino, Canhoto e Jacob - Standing: Luiz Bittencourt, Paulo Tapajós, and Meira. Sitting: Dino, Canhoto, and JacobJacob do Bandolim is one of the first names in the history of the choro genre. A serious and dedicated musician, he instilled a high degree of professionalism in the traditionally relaxed music — even if he was never a professional himself (he made a living as a notary). He struggled to preserve Brazilian roots, and fought to impose his artistic sincerity on the music industry. He left important compositions that were incorporated in the repertory of chorões.

The son of a middle-class family, do Bandolim followed formal studies until his completion of the accounting course of study. In 1930, when he was 12, he became strongly motivated by the music of a blind violinist who was his neighbor. Asking his mother to give him a violin, he left the bow of the instrument aside, picking the strings with hairpins. After many broken strings, his mother gave him a mandolin at the suggestion of another neighbor.

His first performance as an amateur was three years later, at the Grêmio dos Estudantes Israelitas. In December of that year, he performed for the first time on Rádio Guanabara. In those times, he was already a brilliant mandolinist, and also a good violonista (acoustic guitarist) and cavaquinho player. In the next year, he won his first important contest at Rádio Guanabara, invited by Benedito Lacerda. Accompanied by Carlos Lentine, Luís Bittencourt, Canhoto, and Russo do Pandeiro, his group was named Jacob e Sua Gente by the show director, and was awarded the maximum grade given by the professional jury in a contest disputed by other 27 participants. Jacob e Sua Gente became a regular on Rádio Guanabara, alternating with the Regional de Benedito Lacerda and the Gente do Morro group in the accompaniment of professional singers and musicians like Noel Rosa, Herivelto Martins, Dunga, Joel e Gaúcho, Elizeth Cardoso, Ataulfo Alves, Lamartine Babo, Araci de Almeida, and Carlos Galhardo. But do Bandolim never became a professional musician because he knew he would have lost his musical personality — which was a very purist one. Instead, he held several jobs as a salesman or hawker, becoming a notary in 1940 and keeping that job until his death.

In 1935, he joined the Conjunto da Rádio Ipanema, one of the three important groups of his life, initially directed by Mário Silva and later directed by himself. The group featured César Faria (after 1939) and Claudionor Cruz (violões, or acoustic guitars), Léo Cardoso (afoxê), and Candinho (drums). In 1943, by insistence of his future father-in-law, he abandoned his radio work, returning at the explicit desire of his wife, Adylia, in 1945 at Rádio Mauá.

His first album was recorded in October 1947 with Continental (a company for whom he worked until 1949), having the hit "Remeleixo." In July 1949, do Bandolim moved to RCA Victor, recording eight albums until October 1950. From March 1951 on, for the next ten years, he was accompanied by the Regional do Canhoto. In July 1961, the recording of Chorinhos e Chorões marked the opening of the group Época de Ouro, the third important group of his life, and one of the most prominent of all time in the genre. The group used other names until the LP Vibrações, which was released in October 1967 and is considered one of the best of all time. Do Bandolim's imposed weekly rehearsals on Fridays and sometimes on Saturdays were rigorous. During those rehearsals the musicians sweated profusely, because the slightest mistake was accompanied by terrible admonishing in do Bandolim's resounding voice.

In 1968, with Elizeth Cardoso (whom he introduced to the artistic scene), the Época de Ouro, and the Zimbo Trio, do Bandolim gave a concert at the Teatro João Caetano that was released on two albums by the Image and Sound Museum of Rio de Janeiro, and is considered one of the best shows of all time in Brazilian popular music. The American mandolinist Dexter Johnson organized a compilation of do Bandolim's solo work on two CDs with 43 tracks, Mandolin master of Brazil.

Alvaro Neder - extracted from All Music Guide
For more info, visit Instituto Jacob do Bandolim

18 dezembro 2006

Vários Artistas - Música Instrumental Brasileira - Primeiras Gravações (2006)

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Patápio SilvaNeste post, procurei reunir algumas gravações históricas da música instrumental produzida no Brasil. As primeiras gravações foram feitas no ano de 1902 (algumas de Patápio Silva, Banda da Casa Edison), ano de fundação da primeira gravadora brasileira, a Casa Edison, por Frederico Figner.

As músicas dessa coleção abrangem o período de 1902 à 1940 ("Cinco Companheiros", de Pixinguinha). Como não consegui precisar o ano de gravação de todas as faixas, decidi omitir essa informação.

Mais informações podem ser encontradas em Linha do Tempo da Invenção Musical e também no maravilhoso acervo do Instituto Moreira Sales.

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PixinguinhaOn this post, I've tried to gather some historical recordings of the instrumental music produced in Brazil. The first recordings were made in 1902 (by Patápio Silva, Banda da Casa Edison), the year the first recording company was founded in Brazil, Casa Edison, by Frederico Figner.

The tunes in this collection comprise the period between 1902 and 1940 ("Cinco Companheiros", by Pixinguinha). Since I couldn't determine the recording year of all tracks, I've decided to omit this information.

More info (only in Portuguese) can be found at Linha do Tempo da Invenção Musical and also on the marvellous collection of Instituto Moreira Sales.

13 dezembro 2006

David Ganc - Baladas Brasileiras (1996)

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David GancIniciou sua carreira profissional aos 16 anos de idade, como integrante do grupo A Barca do Sol, com o qual gravou dois discos e apresentou-se por todo o país, realizando shows de abertura para espetáculos de artistas como Egberto Gismonti e Milton Nascimento.

Em 1984, atuou, nos Estados Unidos, na gravação do disco do vibrafonista Victor Mendonza.

No ano seguinte, participou, como professor, do I Festival de Música Instrumental de Ouro Preto (MG), organizado por Toninho Horta.

De 1987 a 1991, trabalhou como músico contratado da Rede Globo de Televisão.

Ainda na década de 1980, atuou, como saxofonista, em concertos realizados pela Orquestra Sinfônica Brasileira e pela Orquestra Sinfônica de Brasília, destacando-se o "Concerto da Abolição" (1988), de Paulo Moura, uma homenagem aos 100 anos da Lei Áurea.

Em 1993 participou, com Nando Carneiro, da coletânea "Contemporary instrumental music from Brazil", lançada no mercado fonográfico norte-americano.

Dois anos depois, atuou nas quatro apresentações de Stevie Wonder no X Free Jazz Festival.

David GancParticipou do CD "Sopro contemporâneo brasileiro", lançado pela Visom Digital, que incluiu os mais conceituados instrumentistas de sopro do Brasil.

Atuou em várias produções teatrais como "Pixinguinha", de Amir Haddad, "Noel Rosa", de Tim Rescala, e "O corsário do rei", de Augusto Boal e Chico Buarque, entre outras.

Participou das trilhas sonoras dos filmes "O homem da capa preta", de David Tygel, e "Dança dos bonecos", de Nivaldo Ornelas.

Em 1996, gravou seu primeiro CD solo, "Baladas brasileiras", lançado no Brasil pela Leblon Records e no exterior pela Buda Musique.

Três anos depois, participou, ao lado de Elba Ramalho, do Festival de Jazz de Montreux.

Privilegiando a flauta, lançou, em 2000, o CD "Caldo de cana", contendo composições próprias, como "Caldo de cana" e "Na tradição do frevo" (c/ Vittor Santos), e de outros autores, como Geraldo Vandré ("Fica mal com Deus") Leandro Braga ("Impressão de choro"), Tom Jobim e Aloysio de Oliveira ("Inútil paisagem"), Nivaldo Ornelas ("Noturno"), César Machado e Fernando Merlino ("Pro Marçal") e Nando Carneiro ("Memento/Catavento" e "Vó Argemira"). O disco contou com a participação dos instrumentistas Zeca Assumpção (baixo acústico), Leandro Braga (piano), Mingo Araújo (percussão), Cláudio Dauelsberg (piano), Quarteto Guerra Peixe (cordas) e Vittor Santos (trombone), entre outros.

Ao longo de sua carreira, atuou, em shows e gravações, com diversos artistas, como Caetano Veloso, Gal Costa, Luiz Melodia, Elba Ramalho, Olivia Byington, Simone, Moraes Moreira, Beto Guedes, Emílio Santiago, João Bosco, Nelson Gonçalves, Tim Maia e Alcione, entre outros.

David GancTrabalhou também no mercado fonográfico, tendo co-produzido os seguintes discos: "Corra o risco" (1978), de Olívia Byington; "Pirata" (1979), do grupo A Barca do Sol; "Monique Aragão" (1991), contemplado com o Prêmio Sharp, na categoria Revelação Instrumental, "Canoas" (1993) e "Ventos do Brasil" (1995), de Monique Aragão. Assinou, ainda, a produção musical de seus discos "Baladas brasileiras" (1996) e "Caldo de cana" (1999).

Desde 1985, participa dos trabalhos do compositor Tim Rescala.

Em 2004, formou, com Nando Carneiro (violão), Zeca Assumpção (contrabaixo), e Mingo Araújo (percussão), o Luxo Artesanal Quarteto. Nesse mesmo ano, lançou o CD "David Ganc & Quarteto de Cordas Guerra Peixe interpretam Tom Jobim", contendo arranjos próprios para obras do compositor.

Em 2005, gravou, com o saxofonista Mário Séve, o CD "Pixinguinha + Benedito", registrando a parceria de Benedito Lacerda e Pixinguinha.

Extraído do site Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira
Para mais informação, visite o site do David Ganc

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David GancOne of the best flutists/saxophonists in Brazil, David Ganc has recorded over 80 albums of both vocal and instrumental music, having performed and recorded for artists like Stevie Wonder, Luiz Melodia, Elba Ramalho, Victor Mendonza, Olívia Byington, Gal Costa, Moraes Moreira, Simone, Alcione, Caetano Veloso, Emílio Santiago, João Bosco, Nelson Gonçalves, Tim Maia, and other artists. An ex-member of the extinct but influential A Barca do Sol, he toured Europe with his Quarteto Samambaia in 1984. He also accompanied Luís Melodia in his tour through Europe in 1987 and Elba Ramalho through Mexico and the U.S. He was included in the collection Contemporary Instrumental Music From Brazil (Windham Hill Records, 1993), in duo with Nando Carneiro. Ganc was a sideman for Stevie Wonder in his four performances in 1995 at the Tenth Free Jazz Festival. As a saxophonist, he has performed with the Orquestra Sinfônica Brasileira and the Orquestra Sinfônica de Brasília. He also was included in the compilation Sopro Contemporâneo Brasileiro (Visom Digital, 1994), a selection of some of the best wind instrumentalists in Brazil. He has performed and recorded for theater musicals (Pixinguinha by Amir Haddad, Noel Rosa by Tim Rescala, and O Corsário do Rei by Augusto Boal/Chico Buarque, among others), cinema soundtracks (O Homem da Capa Preta by David Tygel and Dança dos Bonecos by Nivaldo Ornelas), TV, and dance shows. He launched his first solo CD, Baladas Brasileiras, in 1996 through Leblon Records. The same album was released in Europe by the French company Buda Musique, who distributes it worldwide.

Alvaro Neder - extracted from All Music Guide
For more info, visit David Ganc's site

11 dezembro 2006

Duofel - Duofel (1993)

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Post anterior do Duofel / Past post on Duofel:
Kids of Brazil (1996)
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DuofelNo carnaval de 93, entramos no estúdio Camerati para gravarmos o nosso segundo CD.

No primeiro dia de gravação tivemos a presença do grande amigo Oswaldinho do Acordeon para juntos tocarmos "Lamento Noturno", nossa primeira composição; a simplicidade e maestria do grande músico nos brindou com notas longas e melodiosas dando um toque brejeiro à música. Edu Helou trouxe seus teclados para participar de três músicas, "Visitando Villa", uma homenagem a Villa-Lobos, "Diálogo", nossa segunda composição e "Do Outro Lado do Oceano". Essas duas últimas concorreram ao "Prêmio Sharp de Música", em 94 na categoria "Melhor Música Instrumental", tendo como vencedora "Do Outro Lado do Oceano". O CD recebeu 5 indicações concorrendo também como "Melhor CD Instrumental". O baterista Duda Neves, amigo de estrada participou com a programação de bateria eletrônica em "Visitando Villa" e "Em Cima da Hora", do mestre Hermeto Pascoal, que foi composta especialmente para o duo e recebeu este nome, pois, foi composta quando já terminávamos as gravações e sem dúvida deu um trabalho danado para aprender e para gravar. Pela primeira vez nos colocamos como intérpretes e criamos arranjos personalizados para "Palhaço", de Egberto Gismonti, "Disparada", de Geraldo Vandré e Theo de Barros, "Tropicália", de Caetano Veloso e "Urubu Malandro", de Lourival Carvalho.

Extraído do site do Duofel

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DuofelThe Duofel was formed in 1977 by the instrumentalists/composers Fernando Melo and Luiz Bueno. Self-taught musicians, they became acquainted with each other in the city of São Paulo in that year, when they were playing in the prog rock band Boissucanga. Having formed the duo, they departed immediately for a trip through Pernambuco, Paraíba, and Alagoas, playing in fairs and on streets, and absorbing the folkloric and rhythmic material of Northeastern Brazil. Returning to São Paulo in 1978, they began to backup singers like Chico de Abreu and Tato Fischer, who introduced them to the singer Tetê Espíndola, with whom the Duofel really started as a professional act. In 1985, the duo participated in the Festival dos Festivais, writing the arrangement and backing Espíndola on the song "Escrito Nas Estrelas," which won the festival. Their partnership with Espíndola lasted for seven years.

In 1987, the duo launched their first album, the independently released Duofel Disco Mix, in the same year in which they won the Festival of Instrumental Music of Avaré, São Paulo. In 1989, a series of shows with Espíndola and Arrigo Barnabé in Belgium (Brussels Jazz Festival) and France yielded an invitation by the producer Rainer Skibb for the recording of the album, As Cores do Brasil, released in Europe in the next year. In 1993, touring Europe again, they met Sebastião Tapajós, with whom they performed in the Brazilian Guitar Night in Germany, Austria, Belgium, and Liechtenstein. Upon their return to Brazil, the duo recorded their third album, Duofel, that received five nominations for the Sharp Prize and actually won the Sharp Prize for the best instrumental song, "Do Outro lado do Oceano." Also in 1993, they opened for Hermeto Pascoal. Pascoal liked their sound so much that he invited the duo to play with him until the end of the tour. In 1994, the live album Espelho das Águas/Ao Vivo marked their collaboration with the Indian percussionist Badal Roy (who had worked with Miles Davis and Ornette Coleman), who became genuinely interested in the compositions by the duo. The CD Kids of Brazil (1996) had Hermeto Pascoal as arranger, who won the Prêmio Sharp as best arranger with that work. The complex arrangements by Pascoal forced the duo to research new and unusual tunings, for Pascoal wrote notes that didn't exist in standard tunings. The duo followed by performing in Brazil and abroad (at the Summerstage, in New York, NY, and at the Jazz à Vienne in Lyon, France).

Alvaro Neder - extracted from All Music Guide
For more info, visit Duofel's site

05 dezembro 2006

Uakti - Uakti 2 (1982)

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O disco Oficina Instrumental (1981) pode ser encontrado no Abracadabra-LPs do Brasil.

The album Oficina Instrumental (1981) can be found at Abracadabra-LPs do Brasil.
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Uakti - por Paulo LacerdaTubos de PVC, vidros, metais, pedras, borracha e cabaças: tudo serve como material para o músico Marco Antônio Guimarães criar instrumentos e produzir os sons do grupo Uakti. Responsável pela direção musical e pela fabricação dos instrumentos, Marco Antônio concedeu entrevista exclusiva ao site no dia 8 de junho, durante ensaio do grupo no grande teatro.

O músico Artur Andrés Ribeiro também conversou com o site. "somos um grupo de música instrumental, e já passamos desse umbral entre o popular e o erudito: transitamos bem entre esses dois universos", explica Artur. O show Uakti e Wagner Tiso será nos dias 9 e 10 de junho (2006), no Grande Teatro do Palácio das Artes. Confira a entrevista.

Palácio das Artes - Quantos instrumentos você já criou, Marco?
Marco Antônio Guimarães - Comecei a criar antes até do grupo, em 1971, e muitos instrumentos já nem existem mais. Mas acredito que existam em torno de 50 e todos foram feitos com todo o tipo de material que pude experimentar.

PA - Como é o processo de criação dos instrumentos? Que tipo de pesquisas faz?
MAG - Há várias fases de minha criação. Quando comecei, após estudar composição na área de música contemporânea instrumental, fazia instrumentos que não tinha importância se não tivessem escala, efeito sonoro. Depois comecei a construir instrumentos de corda, e, aos poucos, comecei a pesquisar materiais diferentes. Houve um período em que o trabalho foi determinado pelo material: fiquei muitos anos experimentando possibilidades do PVC. Os instrumentos atuais vieram desse período: instrumentos de percussão, de corda, de sopro. Essa fase puramente experimental foi antes de surgir o grupo. Quando, em 1978, começa o Uakti, eu passo a construir os instrumentos já pensando no grupo. Aos poucos, fui vendo as possibilidades que tinha cada um deles e os ia desenvolvendo em função da técnica que o grupo desenvolvia.

PA - De onde surgem as idéias para usar materiais? De onde vem a inspiração?
MAG - Esta é uma pergunta difícil de responder. Eu sempre tive uma criatividade muito desenvolvida, um dom. Quando criança, eu inventava meus próprios brinquedos. Com isso, eu aprendi a trabalhar com ferramentas e materiais diferentes.

É muito de experimentação também o que eu faço. Experimentei todo tipo de PVC, por exemplo: as medidas, os encaixes, as conexões. Muitas vezes, ao acaso, descobria uma sonoridade que eu achava interessante, a partir daí via até onde podia ir para o grave ou para o agudo. Depois, se fosse um instrumento com muitos tubos, eu precisava criar uma estrutura para ele. Uma coisa ia puxando a outra.

UaktiOs instrumentos vão surgindo... No processo de criação de um instrumento é comum surgir a idéia de um outro, pelo material que eu estava usando, pelas soluções que eu estava encontrando. Uma coisa muito importante é ter domínio de todo tipo de ferramenta e material. Para fazer alguns instrumentos, por exemplo, tive que aprender a cortar vidro, a aprender marcenaria. É preciso saber também onde encontrar o material: já saí pela Avenida Paraná, entrei em tudo quanto é loja para ver se encontrava uma peça que eu estava imaginando e precisava para um instrumento. Ás vezes, encontrava em lojas de peças de carro, ou de material de construção, e até mesmo de material cirúrgico.

PA - Você já tentou tirar som de algo que não conseguiu?
MAG - Várias vezes eu tentava um material, achava que podia dar uma coisa, não dava e acabava desistindo. Ás vezes, porque não tive a sorte de experimentar de uma certa maneira... Os instrumentos de PVC, por exemplo, surgiram por que, uma vez, eu estava cortando um tubo de PVC, aí bati a mão por acaso, deu um som que eu gostei muito, e, então, comecei a pesquisar a partir daí.

PA - Qual material foi mais trabalhoso tirar o som e qual deu melhor resultado sonoro?
MAG - Há instrumentos que é difícil a criação, é preciso criar dezenas de pecinhas. Teve uma época que fiquei experimentando instrumentos mecânicos, que funcionassem com motor. Tentava instrumentos que tocassem sozinho. Acabei chegando a um resultado muito bom, a um instrumento chamado Nastaré. Ele cria a própria música.

A cabaça é um material usado no mundo inteiro para fazer instrumentos e que dá um bom resultado, tem uma certa resistência para suportar a tensão das cordas. É leve, vibra muito bem. Mas o PVC é muito produtivo também: encontra-se em muitas medidas diferentes, há conexões de todo tipo, encontra-se em qualquer esquina, é barato e é fácil de trabalhar.

UaktiPA - Com qual material você conseguiu um som mais inesperado?
MAG - Há uma quantidade grande de instrumentos que tem um som inusitado. Na verdade, existem aqueles que atraem mais atenção, não só pelo material usado, mas pelo mecanismo de funcionamento dele. Um exemplo é um instrumento de PVC com cordas, que toca girando, e se chama Torre. Ele tem um efeito bem mágico. É um instrumento hipnótico. Qualquer lugar do mundo que a gente toca, a platéia fica fascinada. Quando tem um solo dele, as pessoas ficam imóveis. Iremos apresentá-lo no espetáculo no Palácio das Artes e todos poderão conferir.

Palácio das Artes - A impressão que passa é que o improviso é fundamental para a experimentação do grupo. É isso mesmo? Qual a importância do improviso para vocês?
Artur Andrés Ribeiro - A improvisação te traz para o momento. Ela tem esse poder e sempre interfere de forma positiva. Você não pode estar dormindo, repetindo aquela melodia que você toca 500 vezes em casa, e vem ao palco e toca 501. No entanto, o improviso pode ser uma coisa automática também. Mas, quando improvisamos, sempre buscamos relação com o momento, com o que estamos fazendo na hora.

PA - O nome do grupo é Uakti - Oficina Instrumental. O desejo de vocês é passar essa idéia de oficina, um grupo em constante processo de transformação?
AAR - Sim, por que é um trabalho sempre constante. Os instrumentos que foram construídos há 20 anos, por exemplo, demandam manutenção, e há instrumentos novos que estão sendo feitos, há projetos novos. Então é um trabalho de oficina, mesmo... não funciona assim: "fechou e agora é só tocar". É um processo vivo, contínuo.

PA - Das primeiras apresentações desde o começo do grupo, em 1978, o que mudou?
AAR - Mudou muito. Éramos músicos de sinfônica, tocávamos muita música erudita, com partitura, não havia essa liberdade que temos hoje. Estamos mais maduros, mais fluentes e, entre nós, há uma relação muito mais harmônica, o que é difícil em um grupo.

Louraidan Larsen - 08/06/2006 - extraído do site do Palácio das Artes
Para mais informação, visite o site do Uakti

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Uakti - by Paulo LacerdaThe Uakti are a quartet formed in 1978 by Marco Antônio Guimarães (musical director and main composer), Paulo Sérgio dos Santos, Artur Andrés Ribeiro, and Décio de Souza Ramos; the musicians have classical backgrounds and play with the Minas Gerais Symphonic Orchestra. The Uakti is devoted to extracting an extremely musical result from instruments made from PVC tubes, wood, glass, tin cans, and the like. Their name was taken from an ancient legend from the Tukano Indians of the Alto Rio Negro region in the Amazon. The legend recounts that Uakti was a musician who had holes throughout his body through which the wind would produce sounds that seduced women. Jealous, the men killed Uakti and buried him. In that place appeared three palm trees with which flutes are made, evoking the sound originally produced by Uakti's body. These instruments must be played only by men, so that the women don't feel tempted.

Being from Minas Gerais, the group itself was noticed and sponsored by Milton Nascimento, whose albums they participated in. Nascimento also produced their first album, Uakti/Oficina Instrumental, in 1981. The marimba made from the Angelim wood that would be central to their sound appeared on the group's second LP, Uakti II (1982). Having performed internationally, the Uakti also has had its albums released abroad. Their 1989 LP Mapa included an instrumental version of "Dança dos Meninos," a song written by Guimarães and Milton Nascimento.

Alvaro Neder - extracted from All Music Guide
For more info, visit Uakti's site

29 novembro 2006

Luiz Avellar - Luiz Avellar em Movimento (1998)

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Luiz AvellarComeçou a tocar piano ainda menino. Aos 20 anos de idade fez um curso de orquestração em Nova York.

Atuou como pianista e arranjador em discos de Djavan, Gal Costa, Milton Nascimento e Simone. Tocou com Vitor Assis Brasil, Hélio Delmiro, Wayne Shorter, Toots Thieleman e Billy Cobban.

Foi responsável por alguns famosos temas publicitários como o do Free Jazz Festival e o da Big Coke. Gravou sete discos solo, compõe para o cinema e se apresentou em concertos ao lado do percussionista Airto Moreira e da cantora Flora Purim na Europa e EUA.

Em 1985, participou do LP "High Life" (Musician/WEA).

Em 1998, lançou o CD "Luiz Avellar em Movimento" (Savalla Records), contendo suas composições "Pierrot no frevo", "A bailarina", "Eric e Vivian", "Feliz", "Tango n.º 1", "Valsa", "Do outro lado do mundo", "Paisagem de Ipanema" e "Tango n.º 2". Em 2000, apresentou-se, com Nico Assumpção (baixo) e Kiko Freitas (bateria), gravado ao vivo no Mistura Fina (RJ). O espetáculo foi gravado ao vivo, gerando o CD "Luiz Avellar, Nico Assumpção e Kiko Freitas tocando Victor Assis Brasil". Em 2002, gravou o CD "Caminho das Bandeiras", contendo suas composições "Encontro das águas", "Içando emoções", "A terra vista", "Mata virgem", "Pindorama", "Atlântico azul", "Emboaba" e "A aldeia somos nós", além da faixa-título. Também em 2000, participou do disco "Mar de mineiro", de Nelson Ângelo.

Em 2003, apresentou-se, ao lado de Ricardo Silveira, no Teatro Leblon (RJ), interpretando canções de Milton Nascimento. O show gerou o CD "Luiz Avellar e Ricardo Silveira ao vivo tocam Milton Nascimento", lançado no ano seguinte.

Extraído do site Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira
Para mais informação, visite o site do Luiz Avellar

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Luiz AvellarVirtuoso pianist, composer and arranger, partner of Milton Nascimento, Avellar toured a number of European cities, the US and Canada coast-to-coast as Milton's sideman along with guitarrist Pat Metheny and saxophonist Wayne Shorter.

He arranged and played keyboards in Djavan's L.A. - produced album "Luz," with Stevie Wonder, among other renowned American musicians.

With Brazilian vocal stars, Avellar appeared at the Montreux and Juan Les Pins/Cap d'Antibes Jazz Festivals.

With singer Flora Purim and percussionist Airto Moreira, he has performed for a number of seasons at London's Ronnie Scott and at club New Morning in Paris, among other European venues and festivals, such as Red Sea in Israel and Le Mans in France.

He arranged and played piano on all tracks in the CD "Flora Purim sings Milton Nascimento", recorded at Peter Gabriel's Real World studios in the UK and recently released worldwide.

Billy Cobham, Toots Thielemanns, Larry Coryell, Herbie Hancock, Enrico Rava, Phil Woods and Ernie Watts, are among the renowned musicians with whom Avellar has played and recorded in different occasions from the US to Japan, from Tel Aviv to Buenos Aires.

The son of a singer, he was born in Rio de Janeiro. Since 7 years old he was a student of renowned Brazilian piano professors and later studied orchestration at New York's Mannes School of Music.

Luiz AvellarA professional musician since he was 15 years old, became the musical heir of late Brazilian jazz piano master Luiz Eça. Avellar continued to deepen his technical skills, which allow him to show a beautiful and unique singing tone, precise sense of rythm and creative harmonic-melodic improvisation. Dedicated to show his own compositions and unique piano skills since 1994, he has 15 CDs released with his name covering major popular Brazilian composers, in addition to his own music.

He has also appeared as soloist of Symphony Orchestras and had his music for cinema performed by the Brazilian Symphony Orchestra, establishing a permanent exchange among all his musical abilities, from Brazilian rythms to classical music to jazz and to opera arias.

Avellar released the Brazilian Jazz album "Bons Amigos" in 1995 backed in the studio by his friends like Hermeto Paschoal, Helio Delmiro, Robertinho Silva, Paulo Moura and Nico Assumpção, among other important musicians.

His 1998 solo piano CD 'Luiz Avellar em Movimento' included only original material. It was enthusiastically received by critics and by his growing number of admirers. In this album, Avellar successfully blends his Brazilian Popular Music and jazz backgrounds with a classical approach, resulting in a world-class release.

During the year 2000, he wrote his first two feature film soundtracks. The Rio International Film Festival Award Winner "Tainah, an adventure in the Amazon" showed a beautiful orchestral piece which resulted in the double CD released in January, 2001. The film won first prizes in its category in festivals around the world such as Chicago, Vienna, Cologne, Hong Kong and Mar del Plata, where the gold medal went to Avellar's original musical score.

Luiz AvellarIn February 2001, the live CD "Tocando Vitor Assis Brazil (Playing Vitor Assis Brazil)" was released. It is a tribute album entirely dedicated to the works of the great Brazilian saxophonist, composer and most famous jazzman, who died 20 years ago and to whose band Avellar belonged for a couple of years.

In May 2001 he wrote and played the soundtrack for the Brazilian-Italian production "Mio figlio", a film starred by Ornela Muti for the Italian television (RAI).

In 2002 three new CD's were launched. The first one is a selection of his own compositions for piano and samplers, inspired by his homeland's luxuriant geography, issued by Savalla Records under the title "Caminho das Bandeiras". The second and third ones are part of an instrumental project with the most popular Brazilian composers such as Caetano Veloso, Ivan Lins, Chico Buarque, Milton Nascimento and Djavan, among others.

Three new releases are in preparation: "Ciclos", an album which mixes solo piano works with trakcs where he palys with his Trio, all recorded live at Rio’s main concert hall; a duo with Austrian jazz violinist Rudi Berger and last but not least an instrumental tribute to Milton Nascimento with guitarrist Ricardo Silveira and percussionist Robertinho Silva.

Extracted from Luiz Avelar's site

24 novembro 2006

Moacir Santos - Opus 3 No.1 (1979)

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Este post foi possível graças ao Rodrigo Carvalho. Valeu, rapá! / This post was made possible by Rodrigo Carvalho. Thanks a lot, man!

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Coisas (1965)
The Maestro (1972)
Carnival Of The Spirits (1975)

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Moacir Santos - por Eugenio VieiraMoacir Santos é considerado pelos críticos e pesquisadores musicais como um dos principais arranjadores e compositores brasileiros, aquele que renovou a linguagem da harmonia no país.

Moacir Santos começou cedo sua história musical, se unindo à banda da sua Flores do Pajeú natal, em pleno sertão pernambucano, aos 14 anos, tocando saxofone, clarinete e trompete, entre outros instrumentos. Dois anos depois ele saiu pelo nordeste afora até 1943, quando arrumou um emprego na Rádio Clube de Recife.

Em 1945 foi para a Paraíba, onde tocou na banda da Polícia Militar e na jazz band da Rádio Tabajara como clarinetista e tenorista. Em 1948 ele mudou para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na gafieira "Clube Brasil Danças" durante 18 anos como saxofonista, arranjador e maestro.

Moacir SantosOutro longo emprego que teve foi na Rádio Nacional, começando como tenorista da Orquestra do Maestro Chiquinho. Como fazia arranjos sem conhecer as regras, Santos se iniciou em teoria musical com Guerra Peixe e depois foi estudar com o grande musicólogo e compositor alemão Hans Joachim Koellreutter, de quem Santos depois se tornou assistente.

Durante essa década ele começou a dar aulas, mas foi nos sessenta que ficou famoso, sendo professor de grandes talentos, como Paulo Moura, Oscar Castro-Neves, Baden Powell, Maurício Einhorn, Sérgio Mendes, João Donato, Roberto Menescal, Dori Caymmi e Airto Moreira, entre outros.

Em 1951, ele foi convidado por Paulo Tapajós, diretor da Rádio Nacional para ser um maestro e arranjador do elenco, onde permaneceu até 1967. Em 1954, Santos foi para São Paulo onde dirigiu a orquestra da TV Record. Dois anos depois, ele voltou ao Rio de Janeiro, retomando seu trabalho na Rádio Nacional e se tornou regente na Copacabana Discos.

Com o prestígio alcançado no Brasil, Santos gravou em 1965 pela Forma, o seu primeiro álbum solo, "Coisas". Santos compôs trilhas sonoras para muitos filmes como "Love in the Pacific", "Seara Vermelha"(Rui Aversa), Ganga Zumba (Cacá Diegues), O Santo Médico (Sacha Gordine), e Os Fuzis (Ruy Guerra), entre outros.

Moacir Santos - por Eugenio VieiraEm 1967, ele deixou a Rádio Nacional e se mudou para os EUA, indo morar em Pasadena, onde ficou dando aulas de música até ser descoberto por Horace Silver. Em 1985, ele abriu junto com Radamés Gnattali, no Rio de Janeiro, o I Free Jazz Festival. Em 1996, ele condecorado pelo Presidente Fernando Henrique com a comenda da Ordem do Rio Branco. No mesmo ano, Santos foi homenageado no Brazilian Summer Festival em Los Angeles.

Seus arranjos originais para várias de suas composições foram transcritas por Mário Adnet e Zé Nogueira no álbum duplo "Ouro Negro"(2001), que teve as participações de Milton Nascimento, João Donato, Gilberto Gil, e do próprio Moacir Santos, entre outros.

Extraído do site Clube de Jazz

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Moacir SantosBrazilian arranger, composer and multi-instrumentalist Moacir Santos is best known for his talent for writing, but he first came to fame as a player. Born in rural Brazil (in Pernambuco), he moved around the country as a performer, having learned banjo, guitar and mandolin as well as some brass and reed instruments from playing in bands. He was known primarily as a sax player with an affection for Lester Young, Ben Webster and Coleman Hawkins. He worked in radio orchestras (serving a notable stint at the largest Brazilian station at the time, Radio Nacional) as well as military, ballroom and touring bands. Around this time, he began to gain recognition for his arranging and writing and began composing soundtracks for Brazilian films. His most famous work in this regard, however, is Amor no Pacifico (Love in the Pacific), and its success prompted him to travel to the U.S., debuting his music in New York City before eventually settling in Southern California (Pasadena, specifically). He taught from his home and was something of an "unknown" here until being "discovered" by Horace Silver.

Several of his compositions have resurfaced in the recent albums Ouro Negro and Choros & Alegria. The latter was his last album; the former features several arrangements by Mario Adnet and Ze Nogueira of Santos's "Coisas" ("Things"), which was the title and concept of his debut as a leader in 1965.

"I always had anxiety about producing music with the erudite cataloguing, like 'Opus 3, No. 1.' When Baden Powell came to study with me and invited me to participate in an album [...], the recording engineer asked me the name of the music, and I answered: 'It's that one thing...' That's when the idea to number the music occurred to me."

Extracted from the blog Song With Orange

18 novembro 2006

Os Populares - Os Populares (1969)

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Os PopularesGrupo de rock vocal/instrumental criado em 1967 no Rio de Janeiro, após a saída do solista João Augusto César, o J. César, do conjunto The Pop's. Seus componentes eram J. César (guitarra solo), ex-The Pop's, Paulo Sérgio (guitarra de ritmo), ex-Os Aranhas, João Carlos (baixo elétrico), ex-Os Bárbaros, Pedrinho (bateria), ex-The Youngsters e Carlinhos (teclado). Os discos lançados através da RCA tinham solos de guitarra e órgão.

O grupo se apresentou em diversos programas de rádio e TV, divulgando as suas músicas, por exemplo: Jovem Guarda (TV Rio), Festa do Bolinha (TV Rio), TV Fone (TV Globo), Aerton Perlingueiro (TV Tupi) e Euclides Duarte (TV Continental). Os discos lançados tiveram boa vendagem e a qualidade técnica é apurada. No 1º Long Play destacam-se as músicas "Índia" e os medleys "Maravilhas da Itália" e "Maravilhas de Portugal". No 2º Long Play existem solos alternados de órgão e guitarra na música "Meu Limão, Meu Limoeiro" e "Lara's Theme" e as belas execuções de "Theme For Young Lovers" e "Sous Le Ciel de Paris". Os Populares gravaram em 1967 um compacto com músicas de Natal, hoje muito raro, com duas versões de "Ave Maria" (Gounod e Schubert).

J. César também executava músicas de sua própria autoria. Nos Long Plays lançados, tivemos as seguintes: "Ginga", "Escala", "Balanço de Vera", "Zero, Zero", "César", "Trovoada", "Mara", "Balançando" (um verdadeiro "banho" em solos de guitarra). No 4º Long Play destaque para "Here, There, And Everywhere" e os pout-porris, com primorosa execução.

Após estes álbuns, Os Populares continuaram gravando; porém, seus discos eram vocais. J. César e banda encerraram as atividades musicais em 1978.


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Os PopularesGroup of vocal/instrumental rock created in 1967 in Rio de Janeiro, Brazil, after João Augusto César, the J. César, dropped out of The Pop's. Os Populares were J. César (solo guitar), former-The Pop's, Paulo Sérgio (rhythm guitar), former-Os Aranhas, João Carlos (electric bass), former-Os Bárbaros, Pedrinho (drums), former-The Youngsters, and Carlinhos (keyboards). The records launched through RCA had lots of guitar and organ solos.

The group had shown their music on many radio and TV programs, such as: Jovem Guarda (TV Rio), Festa do Bolinha (TV Rio), TV Fone (TV Globo), Aerton Perlingueiro (TV Tupi), and Euclides Duarte (TV Continental). The records had good sales and the technical quality was refined. On their 1st Long Play, the song "India" and the medleys "Maravilhas da Itália" and "Maravilhas de Portugal" stand out. On their 2nd Long Play there are alternating guitar and organ solos on "Meu Limão, Meu Limoeiro" and "Lara's Theme" and the beautiful execution of "Theme For Young Lovers" and "Sous Le Ciel de Paris". Os Populares had recorded in 1967 a single with Christmas songs (which is very rare nowadays), with two versions of "Ave Maria" (Gounod and Schubert).

J. César also played his own compositions. On their albums, we can find the following ones: "Ginga", "Escala", "Balanço de Vera", "Zero, Zero", "César", "Trovoada", "Mara", "Balançando". On their 4th Long Play, there is "Here, There, And Everywhere" and also some medleys, with a impressive execution.

After these albums, Os Populares had continued recording; however, their records had vocals. J. César and band quit in 1978.

13 novembro 2006

Roberto Menescal - O Conjunto de Roberto Menescal (1969)

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O Conjunto (esquerda para direita): Antônio Adolfo, Jurandir Meirelles, Roberto Menescal, Wilson das Neves e Hermes ContesiniCompositor da primeira leva da bossa nova, estudou piano por imposição familiar durante a infância em Vitória (ES). Também aprendeu acordeom, gaita e violão, instrumento no qual se especializou. Teve aula de harmonia, arranjo e composição com os maestros Guerra-Peixe e Moacir Santos. Radicou-se no Rio de Janeiro, onde fundou com Carlos Lyra uma academia de violão. Lá deu aulas, entre outros, para Nara Leão.

Roberto MenescalEm 1958 e 59 deu os primeiros passos como compositor e participou da gravação do disco "Os Garotos da Bossa Nova". Fez amizade com Ronaldo Bôscoli, com quem compôs um de seus maiores sucessos, que também é uma das músicas-ícone da bossa nova: "O Barquinho", de 1961. Com ela participou do Festival de Bossa Nova do Carnegie Hall, em Nova York, 1962, num raro momento como cantor. Além do "Barquinho", compôs com o parceiro Ronaldo Bôscoli "Você", "Vagamente", "Ah, Se Eu Pudesse", "Errinho à-toa", "Nós e o Mar" e outras.

Roberto MenescalFormou o Conjunto Roberto Menescal, que acompanhou shows de Dorival Caymmi, Aracy de Almeida, Maysa, Silvinha Telles e outros. Gravou com muitos artistas e excursionou pelo mundo inteiro tocando os clássicos da bossa nova, atividade que pratica até hoje. Nos anos 80 e 90 teve destacada atuação como diretor produtor musical, descobrindo, lançando e relançando talentos.

Extraído do site CliqueMusic
Para outros discos do Roberto Menescal, visite o site da Albatroz Music

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Roberto MenescalThe composer of bossa nova classics like "O Barquinho," "Ah, Se Eu Pudesse," "Errinho à Tôa," "Nós e o Mar," "Rio," "Você," and "Vagamente," Roberto Menescal started his professional career in 1957 as Sylvia Telles' sideman (on guitar) in a tour around Brazil. In 1958, he opened a guitar school in Copacabana (Rio) with Carlos Lyra, having as his pupils Nara Leão and his sister Danuza Leão. In the same year, he formed, with Luís Carlos Vinhas, João Mário, Henrique, and Bebeto, the Conjunto Roberto Menescal, one of the first instrumental groups of bossa nova. The group accompanied Dorival Caymmi, Vinícius de Moraes, Billy Blanco, Maysa, and Telles. Also in 1958, he participated, with Telles, Carlos Lyra, and other artists, in a show at the Clube Hebraica (Rio), when the words "bossa nova" were used (inadvertently, by the club's secretary) for the first time to advertise the event.

Having taken part with his group in the recording of Garotos da Bossa Nova in 1959, he participated in the I Festival de Samba Session at the Teatro de Arena theater of the School of Architecture at the State University of Rio de Janeiro. Such informal venues were important vehicles for bossa nova among the middle-class university people who were more inclined to absorb and disseminate it, and Menescal was instrumental for the promotion of such concerts in 1959, 1960, and 1961. Also in 1959, he had his first recorded composition, "Jura de Pombo" (with Ronaldo Bôscoli), by Alaíde Costa. His "O Barquinho" (with Ronaldo Bôscoli), a bossa nova classic, was simultaneously recorded by Maysa, Perry Ribeiro, and Paulinho Nogueira in 1960.

In 1962, he accompanied Maysa in her Argentinean tour and, with Eumir Deodato's group, he performed in Marlene's program on TV Rio, having been hired for two years with his own group to back up artists on that TV station. In November 1962, he participated in the historic Bossa Nova Festival at Carnegie Hall in New York, NY, with Tom Jobim, Carlos Lyra, and others, interpreting "O Barquinho" in one of his few performances as a singer.

Roberto MenescalFrom 1964 to 1968, he worked as an arranger and, invited by André Midani, he started to work as an independent producer and arranger at Polygram. In 1968, he accompanied Elis Regina in her performance at the MIDEM (International Phonographic Market and Music Publishers) in Cannes, France, and in her subsequent European tour, having been Regina's sideman until 1970, when he became Polygram's A&R.

Already established as a major producer (having worked with Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Gal Costa, Maria Bethânia, and many others), instrumentalist (as a session man he worked with Lúcio Alves, Maysa, Claudette Soares, Nara Leão, Jair Rodrigues, and Elis Regina), he had several compositions of his included in soundtracks of broadly popular TV soap operas and also wrote music for the cinema (Bye Bye Brasil, Joana Francesa, both by Cacá Diegues, and Vai Trabalhar Vagabundo, by Hugo Carvana).

In 1985, having accompanied Nara Leão in performances in Brazil and abroad, he launched with her the LP Um Cantinho, Um Violão/Nara Leão e Roberto Menescal. In the next year, he abandoned his career in A&R and dedicated himself to his solo career. He has also been participating in jazz projects, among others with Joe Henderson. In 2001, he participated with Wanda Sá, Danilo Caymmi, and Marcos Valle in the Fare Festival (Pavia, Italy). Menescal also owns the label Albatroz, which released albums by Danilo Caymmi, Emílio Santiago, and others.

Alvaro Neder - extracted from All Music Guide
For Roberto Menescal's CDs, visit Albatroz Music

11 novembro 2006

Itiberê Orquestra Família e Hermeto Pascoal - Hermetismos Pascoais - ao Vivo em SP (2002)

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Hermeto PascoalEle não pára quieto. Conversa como quem faz música e faz música como quem respira. Hermeto Pascoal é, de fato, um artista no sentido completo da palavra. Ilustra tudo o que diz com notas musicais que, dentro de seu universo, podem ser tiradas do som que a caneta faz ao tocar o papel, da xícara de café a sua frente e até do barulho de suas mãos no toque do jeans de sua calça. Em entrevista exclusiva à Revista E, o alagoano, que hoje pertence ao mundo, fala do CD de forró que está preparando, de seus vários amigos musicais - lista que inclui Miles Davis -, da importância do Quarteto Novo e da música que faz, uma música universal, uma música que "não tem pátria".

Você comentou que está preparando um CD novo...
Já tem um pronto, que já era para ter sido lançado, que é justamente o que eu fiz só de forró. Mas está demorando a ser lançado porque o produtor, Raimundo Campos, adoeceu. Assim que ele ficar bom a gente continua. E agora nós estamos preparando um com o grupo Orquestra Família e o líder, que é o Itiberê (Zwarg). Ele é o cara que manda lá na Orquestra e é o contrabaixista que toca comigo faz uns 22 anos mais ou menos.

E esse show com a Orquestra Família? Você os chama de "netos musicais".
Cada hora a gente diz uma coisa. Eu digo que é tudo uma família. Porque logo no começo as pessoas começaram a comparar a música, achar que estava muito parecido. Eu expliquei para todo mundo que o Itiberê é um grande compositor, um grande arranjador, músico e instrumentista que nem se fala. Ele está fazendo um trabalho muito bonito com a Orquestra Família, que é uma irmandade de qualidade. São músicos jovens tocando muito. Tem uma cantora que se chama Mariana, que é maravilhosa e está dentre as melhores cantoras. Então você já vê qual o nível da banda. Tem músicos maravilhosos, é uma orquestra que já está dando o que falar.

Como é se apresentar com outras pessoas no palco?
É sempre excelente. Nesse show a Orquestra Família abriu tocando por um uns quarenta minutos mais ou menos, depois eu entrei e toquei meu piano solo. Depois toquei piano, flauta, fiz umas coisas e depois no final convidei a Orquestra e a gente tocou todo mundo junto. Eu entro mesmo para improvisar. Eu disse: "Segura o palco aí porque eu vou tocar tudo".

Como você acha que as pessoas reagem a esse seu jeito de fazer as coisas?
Não é nada premeditado. Para improvisar você tem que ter confiança em si. É como quando você vai entrevistar alguém... Eu sempre faço uma comparação assim porque para mim essa conversa que estamos tendo é música também, não tem nada diferente da música, a diferença é o instrumento que se usa. Aqui o instrumento é sua caneta, sua pena, seu papel, cada coisa é um instrumento para mim. É assim... Na hora do improviso, depende da concepção de cada um. Por exemplo, às vezes as pessoas me convidam para tocar com certos músicos, não quero citar nomes, que tocam muito bem, mas que não têm senso de improvisação. Aí, eu fico improvisando e a pessoa fica tocando em cima daquilo que estava preparado em vez de dialogar comigo. Quando você senta para improvisar com outra pessoa, não é nada mais nada menos do que isso que eu estou fazendo com você. Você está me perguntando o que vem na sua cabeça. A improvisação é assim. Quem não pode não se sacode. Por exemplo, agora eu vou dar um gole desse café que está aqui e quer ver uma coisa? (começa a borbulhar o café na xícara emitindo um som) Viu? Eu já estou tocando em São Paulo, tomando café e sujando o bigode.

Itiberê Orquestra Família - by Marcella Azevedo de AlmeidaComo é o seu processo de composição? Geralmente, quando vai gravar um CD, você tem coisas já compostas ou entra no estúdio e improvisa lá também?
Muita gente compara o palco com o estúdio, e é completamente diferente. É a mesma coisa que comparar a igreja com uma missa no meio da rua. Não é a mesma coisa. Não quer dizer que é ruim, as coisas são diferentes. Eu vou fazer um trabalho agora em Alagoas, na minha terra, um trabalho com os músicos regionais de lá, com as composições da terra. A idéia que eles tiveram é justamente de fazer a gravação, gravar as coisas todas, convidar as pessoas, ir para o estúdio e gravar, para depois fazer o show ao vivo. Eu disse: "De jeito nenhum, como?". É preciso ver que é gente ingênua, pessoas que vêm do interior convidadas apenas para isso. Aliás, fiquem de olho nesse povo que daqui a um mês vocês vão ver a coisa maravilhosa que vai dar. Nós vamos pegar esses músicos, vamos juntar música clássica com aquilo tudo que esses compositores alagoanos fazem e vamos ver o que vai virar. Você sabe muito bem que eu gosto mesmo é de contrastar. Eu gosto daquela coisa do suspense, daquela coisa do impacto, gosto de assustar. Se eu assustar alguém é porque já me assustei antes. Se digo para você que vou fazer uma surpresa para você, eu não posso ter medo, eu tenho que fazer. Vou fazer agora uma sinfonia para a Amazônia. Vou tocar com a sinfônica dentro do mato, com o palco montado, e as pessoas vão assistir. Mas a prioridade é fazer para os sapos, para os bichos lá de cima, os bichos da água, com o bicho homem lá na frente...

Aliás, como você se relaciona com os "bichos homens" famosos? Artistas como Gilberto Gil ou Caetano Veloso... Eles te adoram. Inclusive o nome desse evento no Sesc Consolação, o Hermetismos Pascoais, vem de uma música do Caetano...
Eu me dou maravilhosamente bem com eles. Cada um fazendo o seu trabalho, respeitando o trabalho mutuamente. O Caetano, quando eu estou tocando num lugar em que ele está também, sempre aparece para me ver. Ele é um cara que gosta muito do meu trabalho. O Gil sentava no palco e dizia assim com aquela vozinha dele: "É... você trouxe meu público todo, então eu vim para cá assistir ao seu show". Nós temos um relacionamento principalmente espiritual. Às vezes, a vaidade atrapalha muito. Agora, é a vaidade mais dos produtores. Às vezes, é o produtor que não deixa um artista falar com outro. Eu me lembro da Elis Regina, por exemplo. Naqueles bons tempos que nos fizemos coisas juntos e as pessoas pensaram que tinha sido ensaiado. Que nada. Nós estávamos no exterior fazendo cada um o seu trabalho e nos encontramos no mesmo festival. Na mesma noite, ela ia abrir o concerto que eu ia encerrar. Aí você vê como são as cosas, a Elis disse assim para mim: "Rapaz... como é que nós não fazemos um som desses no Brasil?". Eu disse: "Ah, os produtores...".

Hermeto, para quem ainda não sabe, como foi que as coisas aconteceram na época do Quarteto Novo, um marco para a música?
O Quarteto Novo nasceu do Trio Novo na época que o Geraldo Vandré foi convidado para fazer um trabalho com a Rhodia. Até o Airto Moreira deu a idéia de eles me convidarem para formar um quarteto. O sujeito lá olhou minha foto e disse que não... que eu era muito feio. Não me quiseram. Na época eu não soube disso, soube depois. Ainda bem, senão eu é que não iria querer. Eu acho que sou mais lindo, eu sou mais bonito que eles (risos). Resumindo: o Trio Novo fez uma viagem e na volta eu entrei, aí virou Quarteto Novo. Era o Théo de Barros, o Heraldo do Monte, o Airto Moreira e eu. Esse quarteto tocou um tempão com o Geraldo Vandré. Tem gente que pensa que a música "Disparada", aquela do Geraldo que ganhou o festival, foi tocada com o Quarteto Novo, mas não. Era o Trio Novo ainda. Na época eu não fazia parte. Depois sim eu toquei a música, mas ela já tinha sido gravada, havia vencido o festival. Aí eu continuei fazendo esse trabalho todo. Depois nós saímos do Vandré, ficamos um tempo com o Edu Lobo, ganhamos o festival com o "Ponteio", os arranjos todos do Quarteto Novo. Até eu faço uma coisinha com a flauta que todos os artistas do mundo começaram a fazer igual. Não muito tempo depois o Quarteto Novo acabou. Eu segui adiante. Mas o Quarteto Novo ajudou muito para esse trabalho que faço hoje. A música instrumental, que eu chamo de música pura, porque é a verdadeira música, é, na verdade, mais popular do que qualquer outra música. Por que é mais popular? Porque quando eu toco um tema (ele cantarola algo improvisado) eu estou tocando quem escuta isso; quem está escutando, como você agora, pensa alguma coisa. Alguma coisa que você podia escrever aqui no papel agora. E isso é poesia. Inclusive poesia seriíssima, que não tem que se preocupar em rimar. Não tem regras. Eu faço show assim.

Itiberê Orquestra Família - by Marcella Azevedo de AlmeidaQuando você fala dessa forma, a impressão que dá é que você sugere que existe um pouco de arte dentro de cada um de nós...
Mas existe. Isso é poesia. Pense bem no que você falou agora, que coisa linda. Pense se isso que você falou iria ser dito se eu não tivesse feito uma música. É isso que eu escuto no camarim, as pessoas falam poesia para mim. Uma criança outro dia chegou para mim e disse: "Sua música é maravilhosa". Isso é lindo. Uma vez teve um homem com seus 80 anos que me falou: "Eu pensava que o senhor fosse doido, fosse maluco", ele disse, "mas agora eu não vou mais perder nenhum show do senhor". Olha que coisa linda. São todas as idades... Esse sucesso que eu acho que cada um tem, isso é que é sucesso para mim. Eu tenho que ser sincero e botar música por todos os poros do meu corpo, pela minha alma e intuição. A minha verdade é para quem gosta e para quem não gosta, não tem nenhuma verdade e nem respeito. Agora, quem gosta, graças a Deus, é a maioria. Essa juntura do mundo inteiro, essa mistura que tem é justamente a música, é justamente o que eu faço. A música não tem pátria. Veja, eu arrumei uma namorada linda agora que eu estou viúvo. Ela chama-se Rose. É alagoana. Olha só a música que eu fiz para ela: (cantando) você despertou em mim essa canção/ do meu eu/ o seu coração no meu clarear/ o seu lindo olhar/ o seu lindo olhar no meu caminho/ seu carinho no meu jardim/ a sua flor no jardim/ você para mim. Ela é de Maceió, é alagoana como eu. É aquela coisa: Hermeto está na terceira adolescência. Eu agora estou namorando como um menino. A música está fluindo cada vez mais.

Bem, já que você tocou no assunto: o namoro influencia a sua música?
Rapaz, para essa menina eu já compus umas vinte músicas. Eu vou musicar a carta que ela mandou para mim. Aliás, já fiz a música. É uma carta na qual ela fala que foi lindo falar comigo pelo telefone. Poxa, está linda a carta. E eu tive a idéia de musicar. Mas isso é um negócio muito pessoal. Eu disse a ela: "Pode ficar tranqüila que eu já li e não tem nada de mais, tem amor e amor não tem problema". É linda a carta. Eu a conheci na Argentina, de lá nós viemos para o Brasil, ela foi embora para Maceió e eu fiquei aqui com a Iza, minha esposa, e com minha família. Fiquei aqui uns dezessete anos, aí Deus levou a Iza e quando ela soube me telefonou logo. Eu digo sempre que foi Deus que me deu isso aí. Eu estava para baixo pra danar e apareceu uma menina que eu amo, de quem eu gosto muito. Ao longo dos anos ela também se casou, teve dois filhos, que gostam muito de mim. É um relacionamento bonito, ela mora lá e eu moro por aqui. Na verdade, eu não moro em lugar nenhum, eu sou um cigano.

Vamos falar de parceiros. Você já tocou com Miles Davis, com um monte de pessoas. Como é que foram essas parcerias?
É o que eu falo de música universal. Cada um tem um estilo muito diferente um do outro. Eu gosto disso. Eu gosto de tocar com o Sivuca, que na intimidade eu gosto de chamar de Galego. Tem o Dominguinhos, o Renato Borguetti. Eu me realizo quando toco com essa turma toda, o Oswaldinho do Acordeom...

Aliás, você teve uma briga com o Miles Davis.
Foi ciúme demais. Os próprios músicos americanos ficaram com ciúme de mim com o Miles. Houve uma afinidade muito grande, a coisa ficou muito bonita. Quando saiu o disco do Miles, que eu fiz os arranjos, eu fiz duas músicas em parceria com ele. Acontece que não creditaram meu nome no disco. Aí caiu todo mundo em cima do Miles como se ele tivesse tido a intenção de roubar. Dizem que ele já fez isso com muitas pessoas e tal. Só que eu não quis saber. O que eu quis saber foi do amor nosso, esse amor espiritual do Hermeto com o Miles, que não existiu com nenhum músico da terra dele.

A gente começou a conversa falando do seu CD de forró, ele vai ser uma espécie de retorno às origens?
Eu acho que o jazz e a bossa nova, tudo isso são palavras, mas vale como referência. Assim é o forró para mim, assim como o frevo, o maracatu e mais uma porção de outras músicas. Eu estou tocando sanfona direto, mas resolvi botar nesse disco um trompetizinho para inovar, mas no estilo do forró. O Itiberê tocou zabumba comigo... A base maior é o que se chama de forró, que são músicas nesse estilo, mas na minha maneira de ver o forró, que abrange mais coisas. Vai ter convidados especiais. Vai ter o Alceu Valença, que está tocando uma música minha, e o João Cláudio, é aquele humorista que trabalhava no Chico Anísio. Ele canta forró que é danado e está cantando uma música minha chamada "O Ovo". Além desses, tem uma menina também que agora está no Estados Unidos, chama-se Marina, que é neta do Zé Dantas, parceiro do Luiz Gonzaga, que também canta muito bem.

Extraído da Revista E - nº 60, ano 8, de maio de 2002, do Portal SESC SP
Para mais informação, visite o site da Itiberê Orquestra Família

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Itiberê ZwargTwenty-seven musicians under the auspices of Itiberê Zwarg comprise this orchestra which has been rehearsing for two years on Tuesday and Thursday afternoons.

Initially, these young musicians had met only with the intention of forming a repertoire dictated by Itiberê, in an old mansion in the neighborhood of Laranjeiras, which now operates as the Pro Arte Music School. The instrumentation consists of: piano, acoustic guitar, mandolin, flute, clarinet, trumpet, saxophone, melophone, violin, cello, bass, cavaquinho, melodica, drums, electric guitar, percussion, and voice blended together.

At these meetings, Itiberê - focusing on rehearsing them to play as a coherent ensemble - makes use of the "real time creation" method, where he composes the songs and tailors his arrangements in such a way that the musicians can participate in his creative process while learning to hear and play in harmony with other instruments.

Different from a traditional orchestra, the group usually doesn't use scores nor Itiberê the traditional baton - music parts written after the fact will serve as a record and the musicians play by heart.

Itiberê Orquestra Família - by Marcella Azevedo de AlmeidaIn their repertoire, aside from the songs penned by Itiberê, there is one by Hermeto Pascoal (January 17th, from Hermeto's book, "Calendário do Som"). The musicians' styles are manifold and and clearly reflect the orchestra's universality as a whole. This is a main characteristic of the "Jabour School", the neighborhood where Hermeto lives and where Itiberê rehearsed for more than twenty years, learning everything he knows about music. Itiberê considers himself a musical son of Hermeto, and the Family Orchestra Hermeto's grandchildren.

As the musicians progressed the orchestra gained recognition, and their appearances in diverse settings have legitimized the group's expansive repertory. Some of these places include: Arte Sumária - Santa Tereza/RJ; Simonsen University- Padre Miguel/RJ; Sesc Vila Mariana - Vila Mariana/SP; Igreja da Matriz - Itanhaém/SP; Sala Funarte Sidney Miller - Centro/RJ, among others.

Extracted from Adventure Music
For more info, visit Itiberê Orquestra Família's site

07 novembro 2006

Moacir Santos - Carnival Of The Spirits (1975)

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The Maestro (1972)

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Moacir SantosNo dia 26 de julho, Moacir Santos fez 80 anos. Um dia antes, seu disco "Choros & Alegria" foi um dos vencedores do Prêmio Tim de Música; uma semana antes fora agraciado com o Shell de Música - as duas mais importantes premiações da área. Aos 80 e morando em Los Angeles, costa Oeste dos EUA, há mais de 40, o pernambucano Moacir parece cada vez mais brasileiro e cada vez mais ativo - apesar do derrame que sofreu há cerca de dez anos que o impediu de seguir tocando saxofone. Maestro, compositor, arranjador, professor e saxofonista, atualmente anda envolvido, entre outras coisas, com a produção de um documentário sobre sua vida.

"A idéia é fazer uma mistura de making off do seu disco mais recente, "Choros & Alegria", com a história da vida dele. Já captamos muito, mas faltam ainda algumas coisas. Queremos levá-los nos lugares onde ele tocou na juventude, por exemplo", conta Mario Adnet, músico e produtor que nos últimos anos se dedica a recuperar a obra de Moacir. O documentário está aprovado na Lei Rouanet e deve ser finalizado até o ano que vem. Outra grande novidade - talvez a mais espetacular - é que Adnet e seu parceiro Zé Nogueira estão em negociações adiantadas para lançar finalmente no Brasil os discos que Moacir gravou nos anos 70 na conceituada gravadora de jazz Blue Note.

"Já fizemos uma reunião com o pessoal da Blue Note, em Nova York, e está tudo correndo bem. Só falta cuidar da parte burocrática. Esperamos conseguir fazer tudo ainda este ano", contou Adnet. Os três álbuns -"The Maestro", de 1972; "Saudade", de 1974; e "Carnival of the Spirits", de 1975- circulam entre colecionadores há tempos e são igualmente inspirados, trazendo Moacir Santos leve e jazzístico, mais do que em seu trabalho mais conhecido, o álbum "Coisas", único lançado no Brasil, em 1965.

"Coisas", lançado na época pela gravadora Forma e relançado em CD em 2004, foi um impacto na música da época, ainda que não tenha sido um sucesso comercial. "Quando o "Coisas" saiu, a turma dos músicos da bossa nova se reunia todo sábado só para ficar ouvindo o LP", conta Roberto Menescal, aluno de Moacir na época. Nara Leão, Baden Powell, Sérgio Mendes eram outros de seus alunos -e todos sempre correram em elogiar a genialidade do mestre, além de chamá-lo para seus discos. O músico também escreveu arranjos para o primeiro disco de Vinicius de Moraes - que aliás, o homenageia no famoso "Samba da Bênção": "Moacir Santos, tu que não é um só, é tantos".

Ronaldo Evangelista - 27/07/2006 - extraído do jornal Folha de São Paulo

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Moacir SantosOne of the main Brazilian arrangers, having renovated the country's harmonic language in the '50s, the underrated Moacir Santos had nevertheless a highly influential role as he had as his pupils, in the '60s: Paulo Moura, Oscar Castro-Neves, Baden Powell, Maurício Einhorn, Geraldo Vespar, Bola Sete, Sérgio Mendes, Dom Um Romão, João Donato, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Dori Caymmi, Airto Moreira, and Flora Purim, among others. In 1968, he was admitted into Henry Mancini's cinema music writing team and, four years later, he launched his first album in the American market, The Maestro, which was nominated for a Grammy award; it was followed by Saudade (1974), Carnival of the Spirits (1975), and Opus 3, No. 1 (1979). Owner of a distinctive Brazilian style as a composer and arranger, Santos' most-known tunes are "Nanã" (written with Mário Teles), which had over 150 different recordings (including those by Herbie Mann and Kenny Burrell); and "Coisas" (number one to 12); not to mention a series of compositions with Vinicius de Moraes ("Triste de Quem," "Menino Travesso," "Se Você Disser Que Sim," "Lembre-Se"), who praised him in his "Samba da Benção." Having written the arrangements for, among others, Vinicius de Moraes e Odete Lara (1963), Santos also composed the soundtracks for the films Love in the Pacific, Seara Vermelha (an adaptation of Jorge Amado's novel, directed by R. Aversa), Ganga Zumba (Cacá Diegues), O Santo Médico (Sacha Gordine), and Os Fuzis (Ruy Guerra), among others.

Santos had contact with music very early in his life in the local band Flores do Pajeú (Pernambuco), taking classes with bandmaster Paixão and joining the group at 14 on the saxophone, clarinet, trumpet, banjo, guitar, and drums. Leaving home two years later, he played around northeastern Brazil until 1943, when he got a break at the Rádio Clube de Pernambuco. Having joined the Band of the Military Police of Paraíba in 1945, Santos replaced Severino Araújo (who had being invited to work in Rio de Janeiro) in the jazz band (a generic and common denomination at the time, not having to do with the repertory) of Rádio Tabajara da Paraíba, as a tenor/clarinetist. Two years later, he was appointed the conductor of the band and, in 1948, he moved to Rio de Janeiro, where his first job was at the gafieira Clube Brasil Danças, remaining there for 18 years as saxophonist and then as conductor/arranger. One month after his arrival in Rio he joined Rádio Nacional as a solo tenor of the Orquestra do Maestro Chiquinho, where he would work until 1967. Having studied under Hans Joachim Koellreutter's guidance, to whom Santos became an assistant, in 1951 he was invited by Rádio Nacional's A&R director, Paulo Tapajós, to be one of the regular conductors/arrangers of the cast.

In 1954, Santos went to São Paulo, where he directed the orchestra of TV Record. Two years later, he returned to Rio de Janeiro, resuming his work at Rádio Nacional, also becoming Ary Barroso's assistant in the A&R direction of the Rozemblit recording company, and conductor at Copacabana Discos. At the peak of the success in Brazil, Santos released in 1965 his first solo album, Coisas. In the same year, he wrote the soundtrack of the film Love in the Pacific, having been honored by the Brazilian government with the payment of travel expenses to be present at the debut in New York, NY. In 1966, he was appointed as a member of ASCAP and in the next year he left Rádio Nacional. Moving to the U.S., Santos settled in Pasadena where he gave music classes at home until he was discovered by Horace Silver. In 1985, he opened with Radamés Gnattali, in Rio de Janeiro, the I Free Jazz Festival. In 1996, he was decorated by the President of the Republic of Brazil as Oficial da Ordem do Rio Branco. In the same year, Santos was paid tribute at the Brazilian Summer Festival (Ford Theater, Los Angeles, CA). His original arrangements for several of his compositions were transcribed by Mário Adnet and Zé Nogueira and recorded on the double-CD Ouro Negro (2001), which had the participation of Milton Nascimento, João Bosco, Joyce, João Donato, Djavan, Gilberto Gil, Ed Motta, and Santos himself. The album was launched with a show at the João Caetano theater, which was presented again at the Free Jazz Festival of that year.

Alvaro Neder - extracted from All Music Guide

04 novembro 2006

Dick Farney - Jazz (1962)

Capa do disco
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Dick FarneyO próprio Dick Farney - nascido Farnésio Dutra e Silva, de pai escultor, compositor e pianista e mãe excelente cantora - se dizi visceralmente pianista e cantor ocasional, embora seu estilo (somado ao de Lúcio Alves) tenha revolucionado a maneira brasileira de interpretar nossas canções urbanas. Nesta gravação Dick mostra o porquê se considerava mais pianista. Jazzista desde a sua formação musical, viveu algum tempo nos Estados Unidos e mesmo tendo feito alguma carreira por lá como cantor - foi feita para ele a clássica "Nature Boy", seu lançamento mundial - curtiu mesmo as apresentações dos grandes pianistas do jazz como Nat "King" Cole, Oscar Peterson, Billy Taylor e seu maior ídolo e influenciador, Dave Brubeck.

E é à maneira de Brubeck, a quem se ombreia e mesmo supera, que Dick se uniu no ano de 1962 a três outros músicos de primeira água no panorama jazzístico de então para esta gravação, que se tornou de antologia. Uma verdadeira jam-session com a participação de seu piano, o sax-alto do argentino desde então radicado no Brasil Héctor Costita, o contrabaixo de Mário Augusto Monteiro e a bateria de Cláudio Slon, na época um quase menino também vindo da Argentina, mas de imediato enturmado com os melhores jazzistas brasileiros.

Como curiosidade, atentem para a faixa "RGE Blues", que Dick compôs em homenagem à José Scatena, quem possibilitou esta fabulosa reunião de talentos: suingado, sonoro, veloz, Dick dedilha o teclado com rara segurança neste andamento "west coast", bem secundado pela bateria de Cláudio. Em "Swanee River", a forma clássica do jazz, a "conversa" entre os instrumentos ligada pelo tema, o que acontece na maioria das faixas.

Destaque também para os "Improviso I" e "Impoviso II", que Dick compôs para seu filho Eduardo e interpreta à maneira de veljas canções irlandesas populares. Em "These Foolish Things", o sax de Héctor Costita deixa claro o seu gosto pelo sopro de Paul Desmond, a quem nos remete nesta faixa.

Mas, o importante em qualquer reunião jazzística é o entrosamento entre os executantes. E isto é o que não falta entre Dick, Héctor, Mário e Cláudio, neste documento.

Arley Pereira - extraído do encarte do disco

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Dick FarneyDick Farney was an outstanding singer, instrumentalist, and composer who contributed decisively to the renovation of Brazilian popular music with the incorporation of jazz harmonies and style. Having been the first artist ever to record "Tenderly," which would become an international hit later in the interpretation of Nat "King" Cole, Farney had hits in Brazil that announced the soon-to-be bossa nova genre, such as "Copacabana" and "Teresa da Praia" (the latter having been recorded in duet with Lúcio Alves). He also worked on the films Somos Dois (1950, by Milton Rodrigues), Carnaval Atlântida (1952, by José Carlos Burle), and Perdidos de Amor (1953, by Eurides Ramos).

The son of a pianist and female singer, Farney became a classical pianist and also a singer while in his teens, he performed Manuel de Falla's pieces at the Rádio Mayrink Veiga at 14. Also taken by North American pop/jazz music, Farney became the pianist of the Swing Maníacos group, along with brother, drummer Cyl Farney.

Farney's first public appearance as a singer was in 1937 at the Rádio Cruzeiro do Sul (Rio de Janeiro). At the Rádio Mayrink Veiga, he had his own show (Dick Farney, Sua Voz e Seu Piano). From 1941 to 1944, he performed at the Cassino da Urca as the crooner for the Orquestra de Carlos Machado. His first recording as a singer came in 1944 as the crooner of the Ferreira Filho orchestra with "The Music Stopped" (Rodgers/Hart). As a solo singer, his first recording was two years later, interpreting the samba-canção "Copacabana" (João de Barro/Alberto Ribeiro), that would become one of his classics.

Dick FarneyStill in 1946, he went to the U.S. to perform with Cole, Bill Evans, and David Brubeck. In the next year, he had another season in that country, performing for two months at NBC radio and doing live shows in Hollywood, Chicago, and San Francisco. Dick Farney launched "Tenderly" (Walter Gross) in that period through Majestic Records. In Brazil, he had success with the songs "Marina" (Dorival Caymmi), "Um Cantinho e Você" (José Maria de Abreu/Jair Amorim), and "Nick Bar" (Garoto/José Vasconcelos). In 1949, Farney toured Argentina and Uruguay.

In the early '50s, he had success with "Uma Loira" (Hervê Cordovil), "Alguém Como Tu" (José Maria de Abreu/Jair Amorim), "Sem Esse Céu," and "Ranchinho de Palha" (both by Luís Bonfá). In 1954, he formed the Dick Farney e Seu Conjunto, in which he played the piano. A new phase began in this year, marked by his association with Tom Jobim, that announced the forthcoming bossa nova times; in that year, "Teresa da Praia" (Tom Jobim/Billy Blanco) became a huge hit, interpreted by Farney and Lúcio Alves. The song intended to discredit the so-called rivalry between the two singers. In the same year, Farney participated in the Sinfonia do Rio de Janeiro (Tom Jobim/Billy Blanco) and formed a jazz quartet with drummer Rubinho, bassist Xu Viana, and saxophonist Casé. The group had success, having performed at the Municipal Theater of Rio de Janeiro and recorded an LP. In 1957, he departed for the U.S., where he performed for one year in New York, NY, touring afterwards through Cuba, the Dominican Republic, Porto Rico, and the Caribbean. In 1959, he had his own show at TV Record (São Paulo), and in 1965, he and Betty Faria hosted the Dick e Betty 17 show at TV Globo (Rio de Janeiro).

In 1965, Farney launched an album through Elenco with "Você," another of his biggest hits. In 1971, Farney formed a trio with bassist Sabá (Sebastião Oliveira da Paz) and drummer Toninho (Antônio Pinheiro Filho) that performed at Flag's nightclub.

Continuing to record and perform regularly, Farney's last release was the live record Dick Farney Ao Vivo (1986).

Alvaro Neder - extracted from All Music Guide
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